sexta-feira, setembro 25, 2009

Vida à fantasia



Hoje tem festa à fantasia, comemoração dos aniversários da Tarsila e da Francine, que aliás, é no mesmo dia do meu, então vou comemorar na 'casquinha'.

A festa já é quase tradicional, acho que é a quinta vez que vai acontecer, sendo cada edição com um tema específico, com open bar e muita farra.

Nesse ano, o tema é "Qual é a música" e mesmo faltando poucas horas para o evento, ainda não sei do que eu vou.

Pensei em ir de Paul Stanley, do Kiss, mas essa porra branca em todo o rosto deve coçar horrores, sem falar que a estrela preta é bem perto do olho e deve ser um saco tirar essa merda no dia seguinte...

Vou acabar metendo boné e corrente grossa no pescoço, pra aparecer de rapper americano... a música é ruim, mas o 'disfarce' combina mais com a vida real.

Aceito sugestões...

quinta-feira, setembro 24, 2009

Ventos uivantes

Quando criança, eu costumava passar alguns finais de semana na casa de uns primos, na Cidade Tiradentes, aqui em São Paulo. Éramos todos pré-adolescêntes e me lembro bem de brincar de "beijo, abraço, aperto de mão" com as menininhas lá. Quem comandava a brincadeira era uma vizinha adulta, crente - como dizíamos na época, a respeito dos evangélicos -, que cuidava para que a coisa não passasse de selinhos e apertos leves.

Entre uma escolha e outra, ela aproveitava pra dar aquela 'doutrinada' básica na molecada e eu até gostava. A mulher sabia as passagens bíblicas de cor e salteado e aquelas histórias me impressionavam. David contra Golias, por exemplo, foi por ela que tomei contato e fiquei fascinado com a possiblidade de uma sujeito enfrentar um gigante com uma 'funda', mesmo que somente anos depois fui saber exatamente o que era esse instrumento.

Bom, tudo isso pra falar advinha do quê? Hahaha... De música, é óbvio! Numa daquelas noitadas o radinho de pilha que nos acompanhava na brincadeira começou a tocar uma música bem 'estranha' - o termo aqui tem conotação muuutio positiva.

A introdução era com um piano, fazendo um acorde 'dedilhado', que antecedia a entrada da cantora, com um voz muito, muito aguda, no estílo de música lírica... Era Kate Bush e sua
"Wuthering Heights"

Fiquei paralisado ouvindo aquela melodia. Eis que então a amiga 'crente' saca de seu baú de histórias de inféis e pecadores um comentário sobre a música:

"ó, você não ouça essa música não, porque essa mulher fez pacto com o tinhoso, viu? Ela vendeu a alma em troca do sucesso e você pode ouvir aí, ó, ela falando em 'máster' e 'possessed you', é coisa ruim... Tá falando do demônio"

Alguma menina na brincadeira escolheu o cabra aqui para um abraço, aperto de mão ou um beijo - pensando bem, prefiro lembrar que foi para um beijo - e acabei deixando a música de lado.

Anos depois, já devidamente arrebatado pela deusa música, me deparei com a canção. Comecei a 'ir atrás' de Kate Bush e descobri que a cantora foi amiga de escola de David Gilmour, guitarrista do Pink Floyd, e por influência e prestígio do amigo junto à gravadora, Kate lançou em 1978 seu disco de estreia, com a famigerada música.

O título é o mesmo nome de um livro, clássico da literatura inglesa, que no Brasil foi traduzido como "O morro dos ventos uivantes". A letra é inspirada no romance, que é o único escrito por Emily Brontë - a trema não caiu, nesse caso! - fiquei imediatamente interessado na obra, mas assim como me desencorajaram lá atrás de ouvir a música, dessa vez foi a respeito do livro que ouvi críticas. Aliás, o tempo e a falta de memória - importância? - tornaram anônimas na minha mente: "É um romance de fresco, história pra mulher, sobre amores impossíveis, no melhor estilo das coleções 'Julia' e 'Sabrina'."

Bastou para eu não querer ler!

Bom, nada como o tempo passando e eis que mais de 15 anos depois eu encontro uma coletânea do Hollywood - aquela mesma de uns posts atrás - e nela, acho que pra completar o CD, porque a música nunca foi do comercial, enfiaram a boa e velha Kate Bush e sua canção.

Há duas semanas, deu-se o fato. No ônibus, às 7h30, ouvi "Wuthering Heigths" no MP3 player e cheguei a pensar: "Qualquer hora, vou ler esse livro". Duas horas depois, a professora fala sobre Rei Arthur e seus comparsas da Távola Redonda, sugerindo um título - "A demanda do Santo Graal", a quem interessar possa - para os alunos que queiram conhecer melhor a lenda e suas variantes. Eis que vou à biblioteca buscar o exemplar e, na prateleira acima da que continha o livro sobre Arthur, estava "O morro dos ventos uivantes". Parecia, inclusive, me esperar.

Foi incrível. A vizinha evangélica dos meus primos diria mesmo que foi coisa de bruxaria!


Peguei os dois. Dei uma lida 'expressa' na "Demanda do Santo Graal" e passei a me dedicadar nas últimas duas semanas à leitura de Emily Brontë. A história da mimada Catherine, seu amor de infância Heatcliff e tudo que rodeou a triste propridade "Wuthering Heigths" é bem bacana! Muito mesmo. Ainda não acabei, mas já entendi porque Kate Bush escolheu o romance para se inspirar e fiquei um tanto chateado por dado ouvido à crítica lá atrás... Malditos críticos...

A tradução de Raquel de Queiroz é coisa fina e enquanto não termino a leitura, vou ouvindo a versão musicada da obra. Se quiser, clica aí embaixo e vai ouvindo também... Nem preciso dizer que recomendo a leitura, né?



segunda-feira, setembro 21, 2009

filha, fala 33...




Foi assim meio rápido. O ponteiro do relógio marcou 0h01 e fui felicitado por minha mulher pelos 33 anos de idade. Bem legal. Gosto dos números repetidos assim.

Depois dos 20 e poucos eu estava achando que os anos passavam rápido, mas confesso que depois dos parabéns no sofá, enquanto assisitiamos a... Deixa pra lá, a TV cada vez pior... Bom, eu parei pra pensar e notei que entre os 32 e os 33 aconteceu muuuita coisa e portanto foi um ano longo. Não tive de tempo de contar no calendário, mas até fico na dúvida se não foram mais de 365.

Bom, a mulher fez um bolinho, pais, sogros e amigos passaram lá e estava feita a festa. O mais legal é que onde há uma criança, como a Sofia - ou duas, contando a Duda - a festa passa a ser delas, né? Isso não é ciúme, é uma constatação. As pessoas iam lá me cumprimentar e, depois do parabéns, tchau. Quero falar é com sua filha e sua sobrinha... Engraçado. Até o bolo, no qual a Fábi jurou de pé junto ter usado corante vermelho, ficou rosa. Acho que ela fez pensando na Sófi, embora esteja negando. Hahahah....

Mas é isso que é ser pai. Você divide tudo com sua filha. Tudo mesmo. E por que não faria isso com um bolo de aniversário? Crianças têm verdadeira atração por bolo de aniversário, né?

No final, recebi muito carinho dos amigos e parentes, alguns presentes e constatei que fazer os tais 33 foi muuuuuito legal, em boa parte, por causa da Sófi! Ela não foi o presente desse aniversário, mas é o melhor que já ganhei em toda a vida. E como disse a mulher: "É o melhor da vida e para toda a vida"

"Tinta e tês!" foi a frase com a qual fui dormir, cheio de orgulho, no dia do meu aniversário.