sexta-feira, junho 26, 2009

O fim de uma era




Penso que almas inquietas só encontram a paz na arte ou na morte.
Há tempos, o velho Michael não encontrava paz em sua arte.

Espero que a tenha encontrado na morte.

Pois é. Lembro que era um sábado à tarde, de 1983. Eu tinha 7 anos e fiquei encantado com aquele videoclipe cheio de caras com jaquetas de couro e canivetes. Gangues de verdade travando uma briga na madrugada. Eis que surgia um sujeito com a jaqueta mais legal de todas, cantando e dançando ao som de um guitarra pesada. Eu achei sensacional!

Dias depois, aquilo era uma verdadeira moda. Nas ruas, pessoas usavam jaquetas que imitavam as do videoclipe. Nos programas de calouros, os imitadores só queria dançar como o sujeito da jaqueta vermelha. O nome dele era Michael Jackson. E a música era Beat it.

No auge da febre, eu com 7 anos, me lembro de minha mãe dizendo pro meu pai: "Meu Deus, esse cara acho que é mais famoso do que os Beatles, né?"

E eu então perguntei: "Pai, o que é Beatles?" Foi assim que fiquei sabendo da existência do quarteto de Liverpool e só bem mais tarde fui ter contato com a música deles.

Também foi bem mais tarde que eu fui descobrir que aquele som que me encatava em Beat it era de guitarra. E ainda mais tarde, descobri que aquela guitarra era tocada por um cara chamado Eddie Van Halen.

Se você acha exagero as pessoas dizerem que Michael Jackson mudou o mundo da música, eu posso afirmar que não! Só na vida ele foi o responsável por eu saber o que era Beatles, o que era guitarra e o que era ser um astro de verdade! Pô, isso é muita coisa!

Descanse em paz, Michael! A música e cultura pop devem muito a você!

terça-feira, junho 23, 2009

Podcast






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quarta-feira, junho 17, 2009

Será?

Será que eles chegaram? Ou vieram me buscar?

http://noticias.terra.com.br/brasil/interna/0,,OI3830387-EI8139,00.html


hum...

Só de pensar em voltar pra casa, me dá uma 'coisa' na barriga...

quinta-feira, junho 11, 2009

She is back





Ainda me lembro. Era 1995, eu tinha de 17 para 18 anos, começava a dar o meus primeiros passos em informática. As palavras internet e web eram a febre do momento.
Na minha cabeça elas ainda ocupavam espaço pequeno, ao lado da Julia Roberts, lindíssima, raínha absoluta nos banhos em homenagem a Onam daquela época. Também pensava bastante em coisas como guitarra, literatura e música. Nossa! Agora me dei conta de como as coisas mudaram nesses últimos 14 anos... Ahahaha

Mas voltando ao escurinho do cinema, enquanto aguardava o filme - acho que era Casino ou A Balada do Pistoleiro - vi um trailer, com aquela voz sussurante que dá na gente uma vontade indescritível de assistir ao filme, sabe? Então, era o trailer de A Rede, com Sandra Bullock, dizia a rouca voz, com ênfase, enquanto o rosto lindo da atriz e seu corte de cabelo me impressionavam.

Sandra Bullock? Um nome tão bonito quando o rosto bem delineado, com o corte de cabelo bem moderno para aquele ano...

Pausa. Silêncio mental.

Julia Roberts sai de cena. Entra Sandra Bullock. Deslumbrante, simpática, sorriso maroto. Linda.

Virei fã da mulher. Assisti a muitos filmes com ela. Desde as comédias românticas bobinhas como "Enquanto você dormia" até "Miss Simpatia" - uma porcaria de marca maior salva pela estrela de iluminada de Sandra. Nos últimos tempos gostei muito de "Crash" e de "A casa do lago". Tá bom, eu assumo, gostei de todos e estava com saudades de ver minha musa nas telonas!

Mas ela voltou. Ao lado de Ryan Reynolds - ele até que manda bem nessas comédinhas românticas e "Apenas amigos" vale uma tarde de pipoca e coca-cola. Os dois estão em "A proposta", que vou esperar ansioso, pra daqui um mês encontrar minha eternamusa.

Olá Sandra, há quanto tempo, hein? Prazer em revê-la...

terça-feira, junho 09, 2009

Breve história do mundo


Era como um sonho. Um lugar estranho. Não sabia exatamente onde estava. Só lembro de olhar em frente e ver o velho Eistein sentado numa pilha de livros com cara triste. Mas exalando sapiência. Ao seu lado estava Shirley Temple, ainda menina, antes de receber sua miniestatueta do Oscar e ainda bem distante de sua luta inspiradora contra o câncer de mama. Ao lado deles, Leon Toltoi e embaixo da mesa, a cabeça de Lewis Carroll... Era muito estranho. Todas as pessoas importantes para a humaninadade estavam lá! Até Platão, que diga-se de passagem, trocava idéias com Pelé – novinho, do tempo em que fazia gols calado – e com o Bill Gates. Perto deles, o Lenin com braços erguidos e seu sonho deturpado de socialismo... Ele talvez não imaginasse o sofrimento que o seu autoritarismo causaria ao seus pares. Era incrível. Sadan Hussein, Elvis Presley, Ariel Sharon, Michale Jordan, estavam todos lá, se divertindo e evidenciando o quanto o homem mudou o planeta.

E em cada rosto que olhava eu via a possibilidade de conhecer melhor a biografia daquela pessoa. Bastava passar o mouse em cima e clicar. Mas era estranho. Acordei de repente e me lembro de um cara tirando uma foto do momento. Ele me disse que hospedaria a tal imagem nesse link ó:

http://cliptank.com/PeopleofInfluencePainting.htm



sexta-feira, junho 05, 2009

Encontros e desencontros


Sabe quando você já intui que vai gostar de um livro só pelo título ou pelo autor? Pois foi isso o que aconteceu quando ouvi pela primeira vez o nome de Milton Hatoum. O premiado autor amazonense surgiu há mais de um ano numa conversa com uma amiga jornalista e conterrânea de Hatoum. Na época, dei uma pesquisada nos trabalhos do escritor e só confirmei a certeza de que ia gostar dos livros dele.

A fila imensa de leituras só me permitiu ter contato com Dois Irmãos - segundo livro do autor - agora. E como eu tinha previsto: arrebatador! Outros entraram na fila, mas assim que possível vou ler "Relato de um certo oriente", o primeiro do manauara, escrito 10 anos antes de Dois Irmãos.

Arquiteto de formação, professor de literatura francesa em Manaus e de literatura portuguesa na Califórnia, no EUA, Milton tem credenciais que instigam qualquer fã de literatura.

Em Dois irmãos apresenta um estilo invejável e revela certa garimpagem na escolha das palavras. Um livro muito interessante, que prende o leitor como só grandes nomes da literatura sabem fazer.

Ainda ontem, li uma entrevista de Luis Fernando Verissimo, na qual o autor admitia não ser 'preso' às regras gramática. Mais que isso, assumia não dominar o assunto e que 'não sabe utilizar corretamente o verbo haver'. A tarefa realmente não é fácil e esse mea culpa de um nome tão significativo na literatura portuguesa evidencia isso.

Pois bem, entre as qualidades de Hatoum que me chamaram atenção ao término de Dois Irmãos está justamente o domínio da língua. A escolha perfeita de palavras para a construção de cenas memoráveis, com maestria.

E às vezes parece até esnobe, quando usa, por exemplo, o famigerado verbo haver de maneira divina. Olha o trecho:

" (...) Muitos objetos estavam destroçados. Haviam sobrado o pequeno altar, o narguilé e a cirstaleira. Havia pedações de espelho e moldura sobre o o sofá cinzento. (...)"

Estive em Manaus recentemente, numa viagem estilo 'mochila nas costas e vamos conhecer um lugar diferente'. Gostei muito da cidade e da 'viagem para me encontrar'. Um estilo de vida totalmente diferente da Sampa onde vivo, que me mostrou (nais) sobre as diferenças e as aceitações. Fiquei devendo um post sobre a viagem, mas não deu tempo. Posso fazê-lo qualquer hora...

Mas citei esse passeio porque na volta, no aeroporto Eduardo Gomes, em Manaus, conheci o Milton Hatoum. Pegamos o mesmo vôo para São Paulo. Na ocasião ainda não tinha lido nenhum romance dele. Dois Irmãos estava na fila, mas eu já tinha passado a vista numa série de crônicas - ele escreve no Estadão (indisponível) e no Terra (aqui ó: http://terramagazine.terra.com.br/ultimas/0,,EI6619-SUM,00.html)

O papo foi rápido, mas bem bom. Simpático e disposto, me tratou superbem e ainda adiantou sobre o lançamento do novo trabalho (já está nas livrarias com o nome de "A cidade ilhada").

Foi um incentivo a mais para ler o livro, que indico para qualquer pessoa. Até àquelas que torcem o nariz para escritores brasileiros e para autores 'não-clássicos'. É memorável e inspirador.

Pretendo ler os outros trabalhos de Milton e num próximo encontro terei mais assunto. Aliás, os e-mails que trocamos depois da conversa no aeroporto tiveram o singelo título de "Encontros e desencontros". Tudo a ver com o tema de Dois Irmãos...