terça-feira, fevereiro 02, 2010
Retorno corrido...
Caramba! Três meses de férias no blog! Hahaha... É por isso que eu não presto para ser meu próprio patrão... Procrastinador mor...
Bom, na verdade foi uma meningite, seguida de uma meningite aguda, seguida de uma meningite que não se sabe a causa, que me afastaram daqui por uns dois meses. O mês de janeiro foi mesmo vagabundagem.
Ou não. Diria o ídolo Caetano. Foi excesso de trabalho. Cara, cheguei na redação e tive de mandar ver, sem tréguas.
Caraca, nem comecei o post e já escrevi umas quatro palavras que tive sinceras dúvidas sobre a grafia... Enfim...
Este texto devia tratar somente de Sallinger, que morreu na semana passada. O escritor é pra mim uma espécie de ídolo, mas essa não é a palavra correta.
Sabe aquelas pessoas que despertam em você um misto de admiração e curiosidade? Pois assim é J.D. Sallinger, o autor americano que faleceu 28 de janeiro último.
Cara, quando eu li "O apanhador no Campo de Centeio" já não tinha mais idade pra me impressionar com esse tipo de história, saca? Já não era mais adolescente... Tinha passado dos 20, marmanjão mesmo. Mas fui arrebatado pelo livro.
Passei a me questionar como uma obra tão 'simples' conseguiu causar tamanho impacto no mundo - não só na sociedade americana - e, mais que isso, como conseguiu ser tão perene?
A primeira ideia que vem à cabeça de um cretino como eu é a 'osmose', saca? Alguém do tempo do vovô falou que era bom, algum contemporâneo do pai disse que era bom e pronto... Virou clássico. Claro que não!
Depois, passei a desconfiar do título. Porra, você se depara com uma estante e nela há uma porção de livros para você escolher. Vários títulos.Meu,"o apanhador no campo de centeios" tem muitas chances de chamar sua atenção. É lúdico, é lírico, é.. Enigmático...
Aí, você fica sabendo que depois de causar uma verdadeira reviravolta na sociedade literária - vamos chamar assim para encurtar etapas, ok? - de seu tempo, subverter a linguagem e se tornar um sucesso, o autor resolve, apenas dois anos depois se "esconder" do mundo, num rancho murado, numa cidade pequena, longe das entrevistas, dos holofotes, de tudo. Produz mais alguns contos - bem bom, pra variar - e um, "Raise High the Roof Beam", especialmente enigmático no Brasil: virou "pra cima com a viga, moçada" ou "Carpinteiros, levantem bem alto a cumeeira", a critério da tradução...
Bom, é atraente, não é? Já bastava para chamar muita atenção para o tal "Catch in the rye" - título original do "apanhador", né?
Aí vem um cretino e mata o maior um dos dos maiores nomes que a música popular teve e vai ter em sua história, John Lennon, e diz que sua leitura predileta é o tal livro.
Bom, aí, não tem jeito... Desde 1951, quando foi lançado, são mais de 60 milhões de cópias vendidas em todo o mundo - informação do Estadão, no dia da morte... O cara podia estar lendo qualquer merda, mas tudo bem. Quis o destino que fosse um livro do Sallinger, que só queria sossego...
É isso, uma singela homenagem a um escritor que marcou minha vida e meu gosto pela literatura. Na verdade, há mais a dizer, como a obessessão que tive em xerocar toda a pasta sobre o autor, enquanto trabalhei no arquivo do Estadão. A ideia era construir um personagem com o perfil esquisito do escritor, mas virou gaveta...
Enfim, espero que o Sallinger encontre o sossego e o distanciamento que sempre procurou em vida, mas como eu disse no começo, esse post ERA pra ser só do Sallinger, mas ontem eu fui no show do Metallica, no Morumbi.
E tava foda! É só olhar aqui, ó:
Dava pra fazer um tratado sobre a apresentação dos caras, mas basta apenas ONE explicação... Ih... torcadilho infame não dá. É hora de encerrar o post...
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2 comentários:
Como diria Lady Gaga e Elton John, estou... speechless!
http://www.youtube.com/watch?v=gVZdhTct6uc
O título serve pra isso mesmo, mexer com as pessoas. Nesse caso não aconteceu comigo.
Poderia ter acontecido com "Prolêgomenos a uma Teoria da Linguagem [LHJELMSLEV]" ou "A Vida Sexual da Mulher Feia [CTAJES]".
post scriptum: ri mais enquanto li o segundo.
doktorlakra
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