segunda-feira, setembro 15, 2008

The great gig in the sky


Há muito tempo sou um dos que esperam a vinda do Pink Floyd para o Brasil. A história já virou até lenda. Ano após ano surge um boato de que o grupo inglês virá finalmente ao nosso País para um show aguardado por mais 30 anos!
O grupo se separou em 1980 e desde então os fãs brasileiros sonham com uma reunião e uma aparição deles por aqui.
Em 1988, quando a banda - sem o baixista Roger Waters - se reuniu para a turnê "Delicate Sound of Thunder" uma esperança surgiu, mas logo foi apagada. E assim se passaram quase 20 anos e nada de o Floyd se apresentar no Brasil.

Roger Waters esteve aqui com seu 'In the Flesh', aliás, um dos melhores shows que já vi na vida - e olha que não vi poucos shows, hein... Mas ainda assim não era o Floyd. Não era o baterista Nick Mason, concentrado e reto. E nem o charmoso e temperamental tecladista Richard Wright. Muito menos o grande guitarrista David Gilmour empunhando sua linda Fender Stratocaster vermelha com escudo branco. Não era.

Em 2005, praticamente uma gig, como se diz no jargão de músicos, ou seja, uma reunião de músicos sem compromisso, agrupou os caras, com Roger Waters e tudo, para o projeto Live 8.
Apesar da cara visivelmente desconfortável de David Gilmour em dividir o palco com Waters, os comentários começaram a aflorar: o Floyd vai voltar com a formação original! Fogo de palha, que passou, mas ainda deixou os fãs com uma esperança.

Na tarde dessa segunda-feira, quando informei o amigo Sandro - o maior fã de Floyd que conheço! - da morte do tecladista Richard Wright, ele foi categórico, mas ainda assim, com a esperança de um fã: "Que pena! O sonho agora está mais distante."

É assim. Nem a morte de um membro fundador afasta dos fãs a esperança de uma visita do Floyd ao Brasil... Me lembro bem de uma aula de filosofia lá no colégio sobre o conceiro de Morte. Não chegamos a nenhuma conclusão plausível, mas eu aprendi, naquele dia, o significado da palavra inexorável. Quem sabe um show do Floyd por aqui também não seja, digamos, inevitável?

Bom que fosse. Por enquanto, fiquemos com a sensacional "The Great Gig in the Sky", do maravilhoso disco "Dark Side of the Moon". A música é bastante apropriada como homenagem ao tecladista que morreu hoje, aos 65 anos. Além de Richard Wright ser praticamente o solista da música, com seus pianos e teclados, foi exatamente assim que eu o imaginei quando li sobre sua morte: numa grande gig lá no céu...


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