segunda-feira, outubro 19, 2009

Desconte no vizinho...

Tá, eu confesso que dei mole. Mas ser pego de surpresa foi ainda mais perturbador, no bom sentido da palavra, se é que me entendem.

Sabe aquele excesso de informação que te bombardeia frenéticamente e você se ilude achando que está informado mas não tá ligado na parada que importa? Então, assim aconteceu com o Distrito 9.

Eu tava de boa na estação do metrô Praça da Árvore, ali na plataforma mesmo, esperando o cata-loko das 22 e tantas, de notebook nas costas, com as pernas cansadas depois de uma dia exausto, ouvindo um som nos fones - a quem interessar possa, era MUSE, Origin of Symmetry - e de repente vi um cartaz bizarro com um monstro estilo Cloverfield 'enquadrado' naquele círculo vermelho (que bizarro isso de enquadrar no círculo, mas vamo em frente) com uma faixa na diagonal e a singela frase: "Areá imprópria para não-humanos" numa tradução mais do que livre.

Quando me dei conta do cartaz, ali separando o trem que vinha do trem que ia, já era tarde: o trem chegou e tapou minha visão... Ainda tentei olhar de esgueio, mas nem rolou. Era tipo esse ó:




passagem tempo - mais de uma semana depois...

O brother Waltão - esse aqui ó: madmonsterland - me chama na madrugada no MSN e solta: "Assisti a um filme que você vai pirar, é sensacional, se chama distrito 9" e sapecou o link do trailer.

De testa, reconheci o cartaz, senti um arrepio e achei genial a ideia do roteiro. Fiquei a fim de ver e isso aconteceu no último final de semana.

Cara, se você está em dúvida sobre o que ver no cinema eu te digo: sei que os olhos do Brad Pitt podem ter pra você o seu valor e o meu comentário pode ser inglório - ainda não vi o Taranta... - mas veja o Distrito 9. Vale muito a pena.

E prepara-se para descobrir no ser humano - em você inclusive - sentimentos bizarro. Como eu disse, a ideia de criar uma favela povoada por alienígenas e mostrar os humanos humilhando e lucrando com essas criaturas é genial. Fazer a coisa se passar na África do Sul foi só a cereja do bolo e negar a alusão ao Aparthaid foi, digamos, uma maneira fácil de encerrar polêmicas, mas o filme é sensacional.

Você brancos tratando aliens como os brancos trataram os negros. E depois vê negros tratando os aliens como eram tratado por brancos. Finalmente você aliens tratando aliens como homens tratam homens e sente uma coisa que nem sabia ser possível sentir.

Aí no meio da trama surge uma possibilidade de os alienígenas irem pra casa e você se descobre torcendo por eles, contra os humanos. E pensa que isso se deve ao fato de os humanos envolvidos na trama serem escrotos. Mas aos poucos você vai percebendo que na verdade é também um escroto. E torce pelos alienígenas simplesmente pelo fato de que quer vê-los longe de você. Mesmo que eles não tenham feito nada, ainda... É nojento. E eu recomendo...

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