terça-feira, maio 19, 2009
Escolhas e cores
Foi ontem. Em ritmo de fechamento, cheguei no conforto do lar 1h30 da madrugada... E com fome. Muita fome, pra variar. O jeito foi apelar pro microondas: arroz, feijão e linguiça - já devidamente sem o trema. Então, enquanto o rango esquentava, eu resolvi dar aquela zapeada básica de controle remoto, sabe? Pois é. Na Globo, um Jô Soares - irritante nos últimos tempos - me afugentou para o VH1, que passava um clipe de hip hop... Putz! Tentei a Cultura e não rolou... Pra voltar pra Globo passei pelo SBT e me deparei com uma daquelas pérolas que colocam pra pensar a mídia, mesmo você estando com fome e sendo madrugada. Era assim, a gostosa Helen Ganzaroli e um sujeito 'X' convidando o telespectador a participar de charadas por telefone, já viu, né? Aí a boasuda diz para seu coadjuvante: "É muito fácil, qualquer um pode ganhar. Olha um exemplo de pergunta: cobra é um animal que tem pernas?"
Tive um acesso de riso. Quase acordo minha filha, e fui salvo pelo bip do microondas, me avisando que era hora e pegar o rango. Coloquei na Globo novamente, para jantar em companhia de Jô Soares - na falta de coisa melhor.
Eis que novamente sou surpreendido por outro daqueles fatos que nos fazem pensar a eficácia da televisão. O Jô acabou e começou o Intercine. Pra minha alegria, os telespectadores da sexta-feira tinham escolhido para a madrugada de segunda-feira o filme brasileiro Filhas do Vento.
Eu nunca tinha ouvido falar desse longa, mas simplesmente adorei!
O filme usa uma família negra e pobre do interior de Minas Gerais para discutir questões como racismo, relacionamentos familiares e principalmente as escolhas que cada pessoa faz para sua vida.
Muito poético em seu texto e na fotografia e com posicionamento de câmera bastante interessante. Enfim, não tem nada ruim no filme. Nada! Acabei ficando até o final, 3h da madrugada, sem nenhum peso na consciência com o horário da faculdade no outro dia, porque o filme realmente é muito bacana.
Nos créditos ainda tive a surpresa de saber que o roteiro - um dos pontos mais altos do filme - é de Di Moretti, um roteirista amigo do amigo Hamilton e com o qual ainda não fiz o curso de roteiro por falta de tempo e verba.
Filhas do Vento foi o incentivo que faltava para juntar a grana e arranjar o tempo. Eu recomendo.
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2 comentários:
Eu vi o filme no cinema na época do lançamento. Também gostei muito, e na minha opinião, o melhor roteiro do Di até agora!
um afago e uma pedra:
a) pensar no racismo já nos coloca diante de um sentimento que só a atitude cotidiana revela nosso pertencimento a uma ou outra cor, independentemente da nossa identificação no espectro.
b) se eu fosse experiemntar esse rango aí e dissesse "não tá ruim" tvz não fosse um elogio...
Pois é astronauta, não imagine que este mundo próximo à lua é só seu rsrs
Abraços
DkLakra
(voltando aos poucos)
www.depoisdasdez.com.br
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