Na outra semana confessei-me impressionado diante da figura do Maestro John Neschling, à frente da Orquestra Sinfônica de São Paulo, por ocasião da passagem do príncipe herdeiro do Japão por aqui.
No post mencionei que fiquei – em menor grau, é verdade – impressionado com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e sua senhora Dona Ruth Cardoso.
Foi mesmo uma apresentação tocante. E memorável para a mente e para o coração.
Neschling estava, na verdade, fazendo seu último concerto antes de entregar a carta de demissão do comando da orquestra – que diga-se de passagem, dirigia desde 1977, um ano depois do meu nascimento! Será que tinha durante o concerto a carta na mente?
Dona Ruth também estava em seu último concerto. Sentiu-se mal e nem voltou para a segunda parte do espetáculo. Alguns dias depois, faleceu, vítima do próprio coração. Será que tinha durante o concerto a morte no coração?
Se me perguntassem qual o último espetáculo que queria ver na vida podia mesmo assistir à reprise daquele dia. Um concerto digno de fechar com chave de ouro momentos de uma vida.
A passagem do maestro no comando daquela batuta. A passagem da nobre Ruth por sua nobre e serena vida.
“Por que as pessoas que me impressionaram nos últimos tempos estão indo embora?
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