terça-feira, janeiro 13, 2009

Mente sã, corpo são



Não gosto de novelas. É fato. Mas "A favorita" é um caso à parte. Eu a odeio!

Cara, poucas coisas me irritam mais do que as personagens criadas para Cláudia Raia e Patrícia Pillar. E isso, porque, honestamente, quase não vejo. Aquilo é bizarro. Diálogos esdrúxulos, interpretações bisonhas. Uma apoteóse a estupidez e um insulto ao cérebro do telespectador.

Pois bem.
Calor da porra à noite. Depois de ler umas boas páginas de "O jogo do anjo" - está muito bom, por sinal -, resolvo descer para a academia do condomínio.

Porra, entro na academia e dou de cara com um 'muleque', de uns 15 anos, levantando uns pesos sozinho e assistindo a, adivinha o quê?

Coma cara de pau que me é peculiar - quem conhece sabe - já intimei: "Porra, cara, vamos assistir a outra coisa?"

O garoto - ainda não sei se ele é mudo ou não entende português - guardou o peso, balbuciou uma merda qualquer e deixou o recinto. Melhor pra mim. Dedo no botão e escolho a MTV. Na verdade, outra porcaria, diga-se, mas diante da concorrência, ganha disparado da
tal Favorita... Aliás, até o nome é bizarro. Favorita de quem, cara pálida?

Aquecido, parto para o supino, enquanto ouço João Gordo entrevistar Fernando Gabeira. Eles estão numa praia e além de um monte palavrões o Gordo até que arranca umas boas respostas do político.

Assim que montei o halter - amaldiçoando a economia do condomínio, que não comprou um suporte para apoio - entra um sujeito no recinto. Negão, alto e forte, com pinta de que curte academia. E suplementos, é claro, ninguém fica com o braço daquele tamanho comendo arroz-e-feijão... mas isso é outra história.

Na hora já pensei: com a ajuda dele posso por mais carga no halter, porque aí ele me entrega o halter já deitado. O suporte faz mesmo falta. Existe a possibilidade de lesão na lombar se você resolver levantar muita carga, erguendo o peso do chão...

Assim que olho para o cara, no intuito de pedir essa ajuda, ele dispara, antes mesmo de eu abrir a boca:

"O grande, você tá assistindo (sic) isso aí?"

João Gordo pergunta a Gabeira sobre tortura e eu imediatamente associo a palavra às intenções do camarada. Já deitado e trazendo o halter para o peito, puto da vida, eu me indignei, com a voz apertada pelo peso:

"Depende, cara. Se você não quiser por na novela pode mudar"

Aí ele emendou: "É! Queria ver a novela"

O marmanjo dava dois de mim, mas eu segurava uma barra de três quilos, com anilhas de 10 kg em cada ponta, então me sentia o super-homem.

"Cara, não vai rolar. Eu desci justamente para não assisitir a essa merda, que além de chata, subestima minha inteligência"

"Beleza. Eu também não gosto, mas é que todo mundo fica falando e eu acabei me interessando"

Sei... João Gordo terminou a entrevista com Gabeira, eu terminei a série de supino e o camarada continuou na esteira.

Odeio novelas...

Um comentário:

Anônimo disse...

Fantástico, também compartilho a opinião de que a novela causa burrice por osmose. Cada minuto na novela é um ponto de QI que se esvai.