quinta-feira, dezembro 04, 2008

A vida como ela não é

Desde que a net é net a gente recebe putaria - tanta, que depois de um tempo perde a graça -, correntes - há mais de 10 anos recebo um maldito texto com a mensagem que a AOL vai depositar US$ 0,01 na minha conta (que ela nem sabe qual é) para cada pessoa a quem eu encaminhar a famigerada mensagem - e crônicas. Muitas delas. E geralmente atribuídas a autores de renome, que, quase sempre negam essa procedência. Veríssimo e Jabor são campeões nessa modalidade.
Hoje recebi um texto atribuído a Woody Allen. Não sei se é. Mas gostei mesmo da idéia. O mais legal é que fiquei com uma sensação de déjà vu. Acho que tinha recebido isso há tempos... De qualquer jeito, certamente à época não notei que a sacada é mesmo bem boa. E tem a cara do "Bukowski contemporâneo" que é Woody Allen - um velho safado... Também identifiquei um 'Q' das Memórias Póstumas, do Machado, e gostei bem... Aparentemente seria realmente mais fácil viver assim. Aparentemente...



A minha próxima vida

Woody Allen

A minha próxima vida quero vivê-la de trás pra frente.

Começar morto para despachar logo esse assunto.

Depois acordar num lar de idosos e ir-me sentindo melhor a cada dia que passa. Ser expulso porque estou demasiado saudável, ir receber a aposentadoria e começar a trabalhar, recebendo logo um relógio de ouro no primeiro dia.

Trabalhar por 40 anos, cada vez mais desenvolto e saudável até ser jovem o suficiente para entrar na faculdade, embebedar-me diariamente e ser bastante promíscuo, e depois estar pronto para o secundário e para o primário, antes de virar criança e só brincar, sem responsabilidades. Aí viro um bebê inocente, até nascer.

Por fim, passo nove meses flutuando num spa de luxo com aquecimento central, serviço de quarto a disposição e espaço maior dia a dia.

E depois - voilà! - desapareço num orgasmo!

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