Sabe aquele ditado que diz que a felicidade está nas pequenas coisas? Então, pra mim ele procede perfeitamente. A felicidade da minha vida nesse momento pode ser representada por esse pezinho aí na foto. É da Sofia. E foi clicado no domingo retrasado, quando a levei para Santos, e além de ter ficado encantada com o bacana aquário público que há naquela cidade, a gente fez outras mil coisas, inclusive passear dentro uma loja do Mc Donalds, ali pertinho do Canal 6. Na verdade, o tour pela lanchonete nem é tão divertido, mas pra ela foi das coisas mais felizes da vida. E sem ter comido nada. Só tomou um suquinho. Mas é que ela é assim. A felicidade para a Sófi está em detalhes como esses, ainda que sem graça para os adultos.
A gente também brincou de rolar na grama, correr em volta da fonte, passear pelo calçadão com ela montada no meu pescoço. Foi uma farra. E a cada sorriso da baixinha eu tinha certeza que ela estava passando por momentos inesquecíveis.
O clima não estava dos melhores, mas a gente molhou os pés na beiradinha e nessa hora ela pirou! Como não rolou o mergulho, foi agendada mais uma visita ao litoral para o final de semana seguinte, também conhecido como domingo passado.
Tudo ia muito bem. O sol estava fritando e´o cheiro da Sofia besuntada de protetor solar e a imagem dela com seu biquininho já me faziam sentir como estive na praia. Mais aí a bosta do o trânsito ABSURDO no dia do meio do feriado não permitiu que chegássemos à praia. O mergulho foi adiado de novo e acho que no próximo fim de semana o bate-volta vai dar certo. De qualquer jeito, acabamos indo parar no Jardim Botânico e ela tocou o horror nas borboletas, insetos e no paizão aqui - tá pesadinha pra fazer caminhadas no cangote do pai... Mas só esses detalhes já a deixaram super-hiper-mega-blaster feliz.
É bem legal isso. Pelo tamaninho dela, qualquer mínimo detalhe faz a felicidade. Eu já tinha sido assim quando tinha a idade dela. Pelo menos é provável. E depois comecei a crescer e ficar mais exigente quanto ao 'tamanho' do que me faz feliz.
Com a Sofia tenho aprendido a ser novamente como era.Um detalhe pequeno já me faz feliz, ainda mais se for um pezinho gorducho e branquinho, com pouco mais de 10cm, caminhando
ao meu lado na beira-mar. É só do que eu preciso...
Tá, eu confesso que dei mole. Mas ser pego de surpresa foi ainda mais perturbador, no bom sentido da palavra, se é que me entendem.
Sabe aquele excesso de informação que te bombardeia frenéticamente e você se ilude achando que está informado mas não tá ligado na parada que importa? Então, assim aconteceu com o Distrito 9.
Eu tava de boa na estação do metrô Praça da Árvore, ali na plataforma mesmo, esperando o cata-loko das 22 e tantas, de notebook nas costas, com as pernas cansadas depois de uma dia exausto, ouvindo um som nos fones - a quem interessar possa, era MUSE, Origin of Symmetry - e de repente vi um cartaz bizarro com um monstro estilo Cloverfield 'enquadrado' naquele círculo vermelho (que bizarro isso de enquadrar no círculo, mas vamo em frente) com uma faixa na diagonal e a singela frase: "Areá imprópria para não-humanos" numa tradução mais do que livre.
Quando me dei conta do cartaz, ali separando o trem que vinha do trem que ia, já era tarde: o trem chegou e tapou minha visão... Ainda tentei olhar de esgueio, mas nem rolou. Era tipo esse ó:
passagem tempo - mais de uma semana depois...
O brother Waltão - esse aqui ó: madmonsterland - me chama na madrugada no MSN e solta: "Assisti a um filme que você vai pirar, é sensacional, se chama distrito 9" e sapecou o link do trailer.
De testa, reconheci o cartaz, senti um arrepio e achei genial a ideia do roteiro. Fiquei a fim de ver e isso aconteceu no último final de semana.
Cara, se você está em dúvida sobre o que ver no cinema eu te digo: sei que os olhos do Brad Pitt podem ter pra você o seu valor e o meu comentário pode ser inglório - ainda não vi o Taranta... - mas veja o Distrito 9. Vale muito a pena.
E prepara-se para descobrir no ser humano - em você inclusive - sentimentos bizarro. Como eu disse, a ideia de criar uma favela povoada por alienígenas e mostrar os humanos humilhando e lucrando com essas criaturas é genial. Fazer a coisa se passar na África do Sul foi só a cereja do bolo e negar a alusão ao Aparthaid foi, digamos, uma maneira fácil de encerrar polêmicas, mas o filme é sensacional.
Você brancos tratando aliens como os brancos trataram os negros. E depois vê negros tratando os aliens como eram tratado por brancos. Finalmente você aliens tratando aliens como homens tratam homens e sente uma coisa que nem sabia ser possível sentir.
Aí no meio da trama surge uma possibilidade de os alienígenas irem pra casa e você se descobre torcendo por eles, contra os humanos. E pensa que isso se deve ao fato de os humanos envolvidos na trama serem escrotos. Mas aos poucos você vai percebendo que na verdade é também um escroto. E torce pelos alienígenas simplesmente pelo fato de que quer vê-los longe de você. Mesmo que eles não tenham feito nada, ainda... É nojento. E eu recomendo...
Foi assim, ela já chegou na minha vida se abrindo toda. Disse que "de todo o amor que eu tenho, metade foi tu que me deu".
Eu adorei logo de cara, mas aí ela apelou. E usou o francês. Quem resiste a um francês muito do bem pronunciado? Já me disseram que é a língua do amor... "Moi je t'offrirai, des perles de pluie, venues de pays. Où il ne pleut pas, Je creuserai la terre Jusqu'après ma mort. Pour couvrir ton corps d'or et de lumière Je ferai un domaine. Où l'amour sera roi"
Aí eu pirei e me rendi aos encantos da moça. E estou apaixonado. Com todo o respeito, é claro.
Ela é Maria Gadu, a paulistana que você nos vídeos aí embaixo e que me foi apresentada há coisa de dois meses pelo brother Sincler, o arquiteto mais arquiteto que conheço.
Bom, aí fui ouvir a moça e achei sensacional. A voz, a harmonia, o ritmo, a delicadeza... Tudo. Tá bom, não gostei muito do corte de cabelo dela, mas nem tudo é perfeito...
Uma vez um amigo viu no meio das minhas anotações de cifras de música um rascunho de letra da Kelly Key e ficou indignado: "Pô, cara, as músicas são legais, mais Kelly Key é foda, hein?"
Era tempo de voz e violão e gostava de fazer uma versão 'banquinho' para o hit da loirinha-carioca-delícia, mas Maria Gadu fez perfeito.
Veja o terceiro vídeo e me diga se estou enganado. Aqui aparecem três faixas que não são autorais da moça, mas o CD está cheio de composições. E boas composições, devo dizer. Eu recomendo!
São duas constantes observações do brother Hamilton. Ele considera que tenho uma memória prodigiosa por lembrar, com detalhes, de coisas muito antigas pelas quais passei. Dois ou três posts abaixo ele comenta exatamente isso. E eu, brincando, respondi que queria me LEMBRAR de coisas mais importantes, como os números que SERÃO sorteados na próxima mega-sena. É, a piada é infame, eu sei. Mas meu estranho humor vê graça nela.
Então, na quarta-feira eu precisava passar numa farmácia e desci do ônibus nas imediações da República. É um caminho que faço de vez em nunca e que passa em frente uma banca de jornais que não vende jornais, mas livros. Muitos livros usados.
A memória, segundo o brother prodigiosa, não me permitiu lembrar da última vez que tinha passado por ali. Entretanto, assim que botei os olhos num livro chamado "Picasso" lembrei-me imediatamente de tê-lo visto ali por muitas e muitas vezes, exatamente naquela posição na banca, tomando sol, chuva. É esse aqui ó:
Vieram à mente recordações de um emprego no qual permaneci por uns quatro ou cinco anos, num bairro distante. É que justamente nessa época eu passava todo dia em frente à banca e nosso amigo pintor me olhava com o enigmático olhar meio escondido. Mas o ser humano vai ficando mais velho e o valor do capital lhe corrompe as entranhas - poético ou piegas? - as lembranças suscitadas pela simples visão do livro foram substituídas imediatamente por questões mercadológicas. Comecei a pensar em por que aquele livro está ali por tantos anos e nunca é comprado. Enquanto me encaminhava para as escadas do metrô concluí que podia ser pela escolha da foto. "Picasso sempre passou um ideia de homem 'forte' e até arrogante, e nessa foto, meio querendo se esconder atrás da gola e entre o chapéu, ele parece bastante frágil. Acho que pode ser uma explicação para o fracasso na venda", pensei, antes de pegar o trem, sacar da mochila o livro que estou lendo e seguir para o trabalho. Já na redação, abri o email, o twitter, o outlook e fui dar uma sapiada nas notícias do dia. Eis que me deparo com uma triste nota na Folha de São Paulo, que dizia "Fotógrafo Irving Penn morre aos 92 anos". Logo abaixo de um texto explicando a causa da morte estava uma montagem com quatro famosas imagens capturadas pelo falecido. Repare na imagem do quarto quadrante e diz aí se não é sinistro...
Não foi exatamente uma lembrança do futuro, mas começo a me policiar e espero que se um dia me lembrar inútil e estupidamente de seis números quaisquer eu tenha tempo de passar numa casa lotérica. Nunca se sabe, né?
Em tempo: os outros três personagens clicados pelo conceituado fotógrafo são Truman Capote, S.J. Perelman e a Gisele Bündchen.
Hoje tem festa à fantasia, comemoração dos aniversários da Tarsila e da Francine, que aliás, é no mesmo dia do meu, então vou comemorar na 'casquinha'.
A festa já é quase tradicional, acho que é a quinta vez que vai acontecer, sendo cada edição com um tema específico, com open bar e muita farra.
Nesse ano, o tema é "Qual é a música" e mesmo faltando poucas horas para o evento, ainda não sei do que eu vou.
Pensei em ir de Paul Stanley, do Kiss, mas essa porra branca em todo o rosto deve coçar horrores, sem falar que a estrela preta é bem perto do olho e deve ser um saco tirar essa merda no dia seguinte...
Vou acabar metendo boné e corrente grossa no pescoço, pra aparecer de rapper americano... a música é ruim, mas o 'disfarce' combina mais com a vida real.
Quando criança, eu costumava passar alguns finais de semana na casa de uns primos, na Cidade Tiradentes, aqui em São Paulo. Éramos todos pré-adolescêntes e me lembro bem de brincar de "beijo, abraço, aperto de mão" com as menininhas lá. Quem comandava a brincadeira era uma vizinha adulta, crente - como dizíamos na época, a respeito dos evangélicos -, que cuidava para que a coisa não passasse de selinhos e apertos leves.
Entre uma escolha e outra, ela aproveitava pra dar aquela 'doutrinada' básica na molecada e eu até gostava. A mulher sabia as passagens bíblicas de cor e salteado e aquelas histórias me impressionavam. David contra Golias, por exemplo, foi por ela que tomei contato e fiquei fascinado com a possiblidade de uma sujeito enfrentar um gigante com uma 'funda', mesmo que somente anos depois fui saber exatamente o que era esse instrumento.
Bom, tudo isso pra falar advinha do quê? Hahaha... De música, é óbvio! Numa daquelas noitadas o radinho de pilha que nos acompanhava na brincadeira começou a tocar uma música bem 'estranha' - o termo aqui tem conotação muuutio positiva.
A introdução era com um piano, fazendo um acorde 'dedilhado', que antecedia a entrada da cantora, com um voz muito, muito aguda, no estílo de música lírica... Era Kate Bush e sua "Wuthering Heights"
Fiquei paralisado ouvindo aquela melodia. Eis que então a amiga 'crente' saca de seu baú de histórias de inféis e pecadores um comentário sobre a música:
"ó, você não ouça essa música não, porque essa mulher fez pacto com o tinhoso, viu? Ela vendeu a alma em troca do sucesso e você pode ouvir aí, ó, ela falando em 'máster' e 'possessed you', é coisa ruim... Tá falando do demônio"
Alguma menina na brincadeira escolheu o cabra aqui para um abraço, aperto de mão ou um beijo - pensando bem, prefiro lembrar que foi para um beijo - e acabei deixando a música de lado.
Anos depois, já devidamente arrebatado pela deusa música, me deparei com a canção. Comecei a 'ir atrás' de Kate Bush e descobri que a cantora foi amiga de escola de David Gilmour, guitarrista do Pink Floyd, e por influência e prestígio do amigo junto à gravadora, Kate lançou em 1978 seu disco de estreia, com a famigerada música.
O título é o mesmo nome de um livro, clássico da literatura inglesa, que no Brasil foi traduzido como "O morro dos ventos uivantes". A letra é inspirada no romance, que é o único escrito por Emily Brontë - a trema não caiu, nesse caso! - fiquei imediatamente interessado na obra, mas assim como me desencorajaram lá atrás de ouvir a música, dessa vez foi a respeito do livro que ouvi críticas. Aliás, o tempo e a falta de memória - importância? - tornaram anônimas na minha mente: "É um romance de fresco, história pra mulher, sobre amores impossíveis, no melhor estilo das coleções 'Julia' e 'Sabrina'."
Bastou para eu não querer ler!
Bom, nada como o tempo passando e eis que mais de 15 anos depois eu encontro uma coletânea do Hollywood - aquela mesma de uns posts atrás - e nela, acho que pra completar o CD, porque a música nunca foi do comercial, enfiaram a boa e velha Kate Bush e sua canção.
Há duas semanas, deu-se o fato. No ônibus, às 7h30, ouvi "Wuthering Heigths" no MP3 player e cheguei a pensar: "Qualquer hora, vou ler esse livro". Duas horas depois, a professora fala sobre Rei Arthur e seus comparsas da Távola Redonda, sugerindo um título - "A demanda do Santo Graal", a quem interessar possa - para os alunos que queiram conhecer melhor a lenda e suas variantes. Eis que vou à biblioteca buscar o exemplar e, na prateleira acima da que continha o livro sobre Arthur, estava "O morro dos ventos uivantes". Parecia, inclusive, me esperar.
Foi incrível. A vizinha evangélica dos meus primos diria mesmo que foi coisa de bruxaria!
Peguei os dois. Dei uma lida 'expressa' na "Demanda do Santo Graal" e passei a me dedicadar nas últimas duas semanas à leitura de Emily Brontë. A história da mimada Catherine, seu amor de infância Heatcliff e tudo que rodeou a triste propridade "Wuthering Heigths" é bem bacana! Muito mesmo. Ainda não acabei, mas já entendi porque Kate Bush escolheu o romance para se inspirar e fiquei um tanto chateado por dado ouvido à crítica lá atrás... Malditos críticos...
A tradução de Raquel de Queiroz é coisa fina e enquanto não termino a leitura, vou ouvindo a versão musicada da obra. Se quiser, clica aí embaixo e vai ouvindo também... Nem preciso dizer que recomendo a leitura, né?
Foi assim meio rápido. O ponteiro do relógio marcou 0h01 e fui felicitado por minha mulher pelos 33 anos de idade. Bem legal. Gosto dos números repetidos assim.
Depois dos 20 e poucos eu estava achando que os anos passavam rápido, mas confesso que depois dos parabéns no sofá, enquanto assisitiamos a... Deixa pra lá, a TV cada vez pior... Bom, eu parei pra pensar e notei que entre os 32 e os 33 aconteceu muuuita coisa e portanto foi um ano longo. Não tive de tempo de contar no calendário, mas até fico na dúvida se não foram mais de 365.
Bom, a mulher fez um bolinho, pais, sogros e amigos passaram lá e estava feita a festa. O mais legal é que onde há uma criança, como a Sofia - ou duas, contando a Duda - a festa passa a ser delas, né? Isso não é ciúme, é uma constatação. As pessoas iam lá me cumprimentar e, depois do parabéns, tchau. Quero falar é com sua filha e sua sobrinha... Engraçado. Até o bolo, no qual a Fábi jurou de pé junto ter usado corante vermelho, ficou rosa. Acho que ela fez pensando na Sófi, embora esteja negando. Hahahah....
Mas é isso que é ser pai. Você divide tudo com sua filha. Tudo mesmo. E por que não faria isso com um bolo de aniversário? Crianças têm verdadeira atração por bolo de aniversário, né?
No final, recebi muito carinho dos amigos e parentes, alguns presentes e constatei que fazer os tais 33 foi muuuuuito legal, em boa parte, por causa da Sófi! Ela não foi o presente desse aniversário, mas é o melhor que já ganhei em toda a vida. E como disse a mulher: "É o melhor da vida e para toda a vida"
"Tinta e tês!" foi a frase com a qual fui dormir, cheio de orgulho, no dia do meu aniversário.
No outro dia entrei num restaurante e me deparei com uma versão acústica do hit Song for You, de John Miles.
A música que foi um dos hits dos comerciais da Hollywood nos 80 me inspira e traz recordações do tempo de garoto. É uma canção que me aparece de vez em quando, a cada três anos mais ou menos, e me lembra como uma simples baladinha bem arranjandinha pode fazer um dia feliz.
Curiosamente insisto em registrar na memória que "Song for You" é de Steve Winwood. Engano. A do inglês que fez parte do Hollywood Hits é "Why you see a chance". O mais engraçado é que por esse motivo, três anos atrás, quando lembrei da dita cuja, cacei como um louco, mas não encontrava Atrelava, em minhas pesquisas, a música a Steve Winwood. Mas achei. Numa coletânea dos hits do cigarro, de um tempo em que se podia fumar em qualquer lugar e era até charmoso. O sucesso! Dizia o slogan.
Acredita que nessa semana, quando ouvi a versão só com violão, voltei a procurar por ela como sendo de Steve Winwood? Resultado, só consegui ouvir hoje, quando achei o CD adquirido há três anos... E aí aproveitei pra dar uma ouvida geral. Journey, Kansas, Whitsnake, Peter Frampton e uma série de one hit wonders que só de ouvir já dá pra sentir o gosto da fumaça na boca e a onda batendo no rosto. Pois é. Os comerciais do Hollywood nos anos 80 me deixavam com vontade de surfar, saltar de paraquedas, não de fumar... Mazelas do marketing. Mas acho que também eu era muito jovem... Deixa pra lá.
Depois dessa pausa, à 1h da madrugada, vou voltar para o texto que estou escrevendo. A trilha sonora, já sabe, né?
Então, agosto tá indo embora... Ano passado, esse mês foi foda. Enxaqueca cruel, a filhinha internada e tudo de ruim que se pode imaginar nas costas de um rapaz latino americano e sem dinheiro banco e sem parentes importantes - ó o Sarney aí de novo!
Bom, como disse, o mês chega aos últimos dias e nesse ano está bem mais - infinitamente - light do que em 2008.
A ironia ficou por conta de que esse post era pra sexta-feira passada e só não foi postado porque estava à procura de uma versão decente de 'Sujeito de sorte', do Belchior, mas não existe na net, a não ser o próprio cantor cearense fazendo um 'rap' bizarro na introdução...
Aí o Fantástico faz uma matéria com o sumiço do cara e eu penso: porra, vai dar pra fazer o post, porque agora acho uma versão boa da música no iutubi. Que nada, o mês tá bem melhor, mas presentemente eu não posso me considerar um sujeito de 'tanta' sorte. Ninguém põe na net um vídeo com a versão original da música (ficaadica)!
Mas enfim, tirando a coincidência de eu ter pensado no Belchior na sexta-feira e o Fantástico resolver fazer do sumiço do homem uma preocupação nacional no Domingo, os versos da tal canção são bem bons... Pra mim, pro Belchior e pra quem mais quiser:
"Presentemente eu posso me considerar um sujeito de sorte Porque apesar de muito moço me sinto são e salvo e forte E tenho comigo pensado deus é brasileiro e anda do meu lado E assim já não posso sofrer no ano passado Tenho sangrado demais, tenho chorado pra cachorro Ano passado eu morri mas esse ano eu não morro"
Então, já que tive de falar dele, acredito que o cara deve aparecer. Mas achei a pauta muito boa... Quando ouvi a chamada chutei do sofá: "Porra, deve ser o Djavan. O cara sumiu" Errei por pouco, hein? Presentemente eu não posso me considerar um sujeito de sorte...
Enquanto o Detran não me libera pra fazer o exame e me concede a licença para pilotor a motoca, vou andando de coletivo e fugindo de vagabundo tentando me ganhar no busão.
Passou perto essa semana e meu notebook ia embora... Ainda bem que me safei... Crescer na periferia tem seus méritos.
Em protesto, além de começar a providenciar um backup, hoje comprei o capacete. Bem bacana, por sinal.
Agora só falta a habilitação! E a aquisição do acessório só aumentou a vontade de sair com a bike sem carta mesmo... Mas é melhor não. O mar não tá pra peixe...
Enfim, fora as desventuras em viagens de coletivo pela amada São Paulo, tenho escrito muita coisa, embora as passagens nesse espaço aqui tenham ficado mais raras. Eu me desculpo e explico: as leitruas e análises exigidas pela faculdade começaram a tomar tempo novamente. É bem legal e estou gostando, mas precisava de um dia de 48 horas fora a noite, pra conseguir fazer tudo.
Aí embaixo está a capa da DNA número 5, nas bancas há duas semanas. Estou acabando a 6 e o bicho tá pegando. No mais, estamos aí.
Ah! Fora isso, tem ensaio na próxima terça-feira, com a incrível estreia do meu pedal de efeito Chorus da Digitech. Peguei ontem e na madrugada já consegui sentir que o bichinho é valente - mas não deu pra aumentar muito o volume...
É isso. entre guitarradas, fugas insólitas, matérias para as revistas e textos na faculdade, eu vou sobrevivendo!
E vou tentar dedicar mais tempo ao blog. Prometo. E quando prometo, eu cumpro!
Quando entro numa loja de guitarras tenho uma sensação muito particular. Gosto de olhar e tocar cada modelo. As bonitas, as feias, as famosas.
Tenho três guitarras e estou muito feliz com elas, mas é como um vício. Não canso de admirar os exemplares em exibições nas melhores lojas do ramo.
Tenho uma listinha mental de modelos preferidos. O nome é "sonhos de consumo" e no topo dela está a Gibson Les Paul.
Qualquer um que toque guitarra, já quis ter ou quer um dia poder sentir os graves poderosos desse histórico modelo.
Hoje, morreu o sr. Les Paul, que o criou nos anos 50. Leo Fender tinha cravado seu sobrenome na história do rock com suas Fender Telecaster, contra a qual a a Gibson precisava de uma concorrente à altura.
Les Paul inovou criando um instrumento com braço inteiriço - nas Fender a peça é parafusada - corpo sólido e timbre particular.
O velhinho já estava com 92 anos e assistiu, ao longo de mais 50 anos, a muitos músicos empunhando sua criação com maestria.
Só pra citar um, vou de Jimmy Page, do Led Zeppelin, entre os caras que me fizeram querer ser guitarrista e amar a criação do sr. Les Paul!
Amigos ilustradores e artistas servem pra te fazer rir.
Eis que o G1 publica uma nota sobre estudos com saliva de carrapato (bizarro, né?) e ilustra a matéria com uma foto de dois insetos tendo suas babas colhidas por canudinhos. A imagem é tão grotesca que fiquei me perguntando o que acrescentava à nota e mandei para o brother Waltão o link...
Olha o que ele me manda de volta... Nada como poder manipular a realidade...
Dando uma olhada na filmografia de John Hughes, diretor e roteirista que morreu ontem, nos Estados Unidos, constatei que sua obra-prima, "Curtindo a vida adoidado", foi traduzido em Portugal como "O rei dos gazeteiros". O coração do cara já tinha resistido a isso, mas ontem parou de bater depois de uma caminhada. Era jovem, ainda, 59 anos. Mas curtiu a vida adoidado! Era um gazeteiro de marca maior.
n.a.: A conversa com o Monstrolândia sobre isso foi engraçada.
Às vezes a gente passa muito tempo planejando uma coisa e na hora da execução nada sai como foi pensado previamente. Normal. Por isso eu recomendo passar menos tempo planejando e mais horas vivendo de fato, saca?
É como o meu amigo Neil Armstrong que passou a viagem inteira para lua, lá em 69, há 40 anos, decorando a famigerada frase com a qual entrou para a posteridade:
That's one small step for a man One giant leap for mankind
Resultado? Quando pisou no satélite suprimiu o 'a' de sua frase, que em vez de 'um homem' ficou 'o homem'. Ora, 'o homem', no contexto, é o mesmo que 'humanidade' e a brilhante setença, apesar de não perder o brilho, ficou errada. Tudo bem, a humanidade ou 'o homem' aqui na terra entendeu o que ele quis dizer, mas imagine o pobre Armstrong sendo perseguido por 40 anos pelo fantasma do artigo indefinido...
Pois é. Por isso, às vezes, deixar por conta do improviso é o melhor remédio. Evita a tensão prévia e expia a culpa de não ter saído perfeito. Mais ou menos como fez Edmund Hillary, quando escalou o monte Everest, 16 anos antes do feito de Armstrong. Alguém lhe perguntou por que escalara o monte - esses repórteres e suas perguntas inteligentes! - e ele disse: "Poque ele estava lá".
O importante é o que se conquista e não o que se diz ao mundo sobre isso. Né não?
E não perder fazendo planos, mas ações.
E já que o tema são frases de impacto e incentivo, ainda fico com o bom e velho "olho de tigre"...
Então, o cara aí em cima é Paul Gilbert, um de meus guitarristas prediletos.
O cara mescla a dose ideal de fritação - leia-se exibicionismo - com qualidade musical. Um compositor de mão cheia, fã de Beatles e ao mesmo tempo moderno, tanto em suas canções como nos temas instrumentais bastante complexos.
A palhetada dele é fantástica. Rápida, limpa, digna de um autêntico Shred - para entender o termo, leia aqui ó: http://pt.wikipedia.org/wiki/Shred
Paul Gilbert tem vários diferenciais em relação aos guitarristas de sua geração, mas talvez o seu bom humor seja o maior deles... Dá uma olhada na videoaula aí embaixo... hahahaha...
Há tempos sem postar, estou devendo - pra mim mesmo, é bom que se diga - várias reflexões.
Véspera de feriado, bastante trabalho a ser feito. Hoje, depois das 18 horas, tinha de me transformar de jornalista de motocross em jornalista musical - o editor da GP tá na bota...
Eis que na procrua de uma cabine para a troca de roupa eu resolvo fazer uma visita ao amigo Alê, em seu mais novo investimento: um cibercafé.
Caralho! Estou supreso e feliz. Muito feliz. Primeiro, com o sucesso do brother - parabéns, Alê! A gente sabe que você merece. O segundo motivo da minha supresa e felicidade é que o lugar é mesmo muito bacana! Muito mesmo.
Bem ajeitado, caprichado, aconchegante, bonito. Pra resumir numa palavra que ele sabe bem o que significa pra mim: estiloso!
Esse post está sendo feito com o notebook no wireless do EcoGaudí - esse é o nome do lugar e se você é de São Paulo ou vai passar por aqui em breve, anote aí. Mais que isso, dê uma passadinha - o endereço eu passo pra quem quiser. Se você vai usar a net ou tomar um café não importa. Vai ser muitíssimo bem atendido, num lugar muito bacana!
Penso que almas inquietas só encontram a paz na arte ou na morte. Há tempos, o velho Michael não encontrava paz em sua arte.
Espero que a tenha encontrado na morte.
Pois é. Lembro que era um sábado à tarde, de 1983. Eu tinha 7 anos e fiquei encantado com aquele videoclipe cheio de caras com jaquetas de couro e canivetes. Gangues de verdade travando uma briga na madrugada. Eis que surgia um sujeito com a jaqueta mais legal de todas, cantando e dançando ao som de um guitarra pesada. Eu achei sensacional!
Dias depois, aquilo era uma verdadeira moda. Nas ruas, pessoas usavam jaquetas que imitavam as do videoclipe. Nos programas de calouros, os imitadores só queria dançar como o sujeito da jaqueta vermelha. O nome dele era Michael Jackson. E a música era Beat it.
No auge da febre, eu com 7 anos, me lembro de minha mãe dizendo pro meu pai: "Meu Deus, esse cara acho que é mais famoso do que os Beatles, né?"
E eu então perguntei: "Pai, o que é Beatles?" Foi assim que fiquei sabendo da existência do quarteto de Liverpool e só bem mais tarde fui ter contato com a música deles.
Também foi bem mais tarde que eu fui descobrir que aquele som que me encatava em Beat it era de guitarra. E ainda mais tarde, descobri que aquela guitarra era tocada por um cara chamado Eddie Van Halen.
Se você acha exagero as pessoas dizerem que Michael Jackson mudou o mundo da música, eu posso afirmar que não! Só na vida ele foi o responsável por eu saber o que era Beatles, o que era guitarra e o que era ser um astro de verdade! Pô, isso é muita coisa!
Descanse em paz, Michael! A música e cultura pop devem muito a você!
Ainda me lembro. Era 1995, eu tinha de 17 para 18 anos, começava a dar o meus primeiros passos em informática. As palavras internet e web eram a febre do momento. Na minha cabeça elas ainda ocupavam espaço pequeno, ao lado da Julia Roberts, lindíssima, raínha absoluta nos banhos em homenagem a Onam daquela época. Também pensava bastante em coisas como guitarra, literatura e música. Nossa! Agora me dei conta de como as coisas mudaram nesses últimos 14 anos... Ahahaha
Mas voltando ao escurinho do cinema, enquanto aguardava o filme - acho que era Casino ou A Balada do Pistoleiro - vi um trailer, com aquela voz sussurante que dá na gente uma vontade indescritível de assistir ao filme, sabe? Então, era o trailer de A Rede, com Sandra Bullock, dizia a rouca voz, com ênfase, enquanto o rosto lindo da atriz e seu corte de cabelo me impressionavam.
Sandra Bullock? Um nome tão bonito quando o rosto bem delineado, com o corte de cabelo bem moderno para aquele ano...
Pausa. Silêncio mental.
Julia Roberts sai de cena. Entra Sandra Bullock. Deslumbrante, simpática, sorriso maroto. Linda.
Virei fã da mulher. Assisti a muitos filmes com ela. Desde as comédias românticas bobinhas como "Enquanto você dormia" até "Miss Simpatia" - uma porcaria de marca maior salva pela estrela de iluminada de Sandra. Nos últimos tempos gostei muito de "Crash" e de "A casa do lago". Tá bom, eu assumo, gostei de todos e estava com saudades de ver minha musa nas telonas!
Mas ela voltou. Ao lado de Ryan Reynolds - ele até que manda bem nessas comédinhas românticas e "Apenas amigos" vale uma tarde de pipoca e coca-cola. Os dois estão em "A proposta", que vou esperar ansioso, pra daqui um mês encontrar minha eternamusa.
Olá Sandra, há quanto tempo, hein? Prazer em revê-la...
Era como um sonho. Um lugar estranho. Não sabia exatamente onde estava. Só lembro de olhar em frente e ver o velho Eistein sentado numa pilha de livros com cara triste. Mas exalando sapiência. Ao seu lado estava Shirley Temple, ainda menina, antes de receber sua miniestatueta do Oscar e ainda bem distante de sua luta inspiradora contra o câncer de mama. Ao lado deles, Leon Toltoi e embaixo da mesa, a cabeça de Lewis Carroll... Era muito estranho. Todas as pessoas importantes para a humaninadade estavam lá! Até Platão, que diga-se de passagem, trocava idéias com Pelé – novinho, do tempo em que fazia gols calado – e com o Bill Gates. Perto deles, o Lenin com braços erguidos e seu sonho deturpado de socialismo... Ele talvez não imaginasse o sofrimento que o seu autoritarismo causaria ao seus pares. Era incrível. Sadan Hussein, Elvis Presley, Ariel Sharon, Michale Jordan, estavam todos lá, se divertindo e evidenciando o quanto o homem mudou o planeta.
E em cada rosto que olhava eu via a possibilidade de conhecer melhor a biografia daquela pessoa. Bastava passar o mouse em cima e clicar. Mas era estranho. Acordei de repente e me lembro de um cara tirando uma foto do momento. Ele me disse que hospedaria a tal imagem nesse link ó:
Sabe quando você já intui que vai gostar de um livro só pelo título ou pelo autor? Pois foi isso o que aconteceu quando ouvi pela primeira vez o nome de Milton Hatoum. O premiado autor amazonense surgiu há mais de um ano numa conversa com uma amiga jornalista e conterrânea de Hatoum. Na época, dei uma pesquisada nos trabalhos do escritor e só confirmei a certeza de que ia gostar dos livros dele.
A fila imensa de leituras só me permitiu ter contato com Dois Irmãos - segundo livro do autor - agora. E como eu tinha previsto: arrebatador! Outros entraram na fila, mas assim que possível vou ler "Relato de um certo oriente", o primeiro do manauara, escrito 10 anos antes de Dois Irmãos.
Arquiteto de formação, professor de literatura francesa em Manaus e de literatura portuguesa na Califórnia, no EUA, Milton tem credenciais que instigam qualquer fã de literatura.
Em Dois irmãos apresenta um estilo invejável e revela certa garimpagem na escolha das palavras. Um livro muito interessante, que prende o leitor como só grandes nomes da literatura sabem fazer.
Ainda ontem, li uma entrevista de Luis Fernando Verissimo, na qual o autor admitia não ser 'preso' às regras gramática. Mais que isso, assumia não dominar o assunto e que 'não sabe utilizar corretamente o verbo haver'. A tarefa realmente não é fácil e esse mea culpa de um nome tão significativo na literatura portuguesa evidencia isso.
Pois bem, entre as qualidades de Hatoum que me chamaram atenção ao término de Dois Irmãos está justamente o domínio da língua. A escolha perfeita de palavras para a construção de cenas memoráveis, com maestria.
E às vezes parece até esnobe, quando usa, por exemplo, o famigerado verbo haver de maneira divina. Olha o trecho:
" (...) Muitos objetos estavam destroçados. Haviam sobrado o pequeno altar, o narguilé e a cirstaleira. Havia pedações de espelho e moldura sobre o o sofá cinzento. (...)"
Estive em Manaus recentemente, numa viagem estilo 'mochila nas costas e vamos conhecer um lugar diferente'. Gostei muito da cidade e da 'viagem para me encontrar'. Um estilo de vida totalmente diferente da Sampa onde vivo, que me mostrou (nais) sobre as diferenças e as aceitações. Fiquei devendo um post sobre a viagem, mas não deu tempo. Posso fazê-lo qualquer hora...
Mas citei esse passeio porque na volta, no aeroporto Eduardo Gomes, em Manaus, conheci o Milton Hatoum. Pegamos o mesmo vôo para São Paulo. Na ocasião ainda não tinha lido nenhum romance dele. Dois Irmãos estava na fila, mas eu já tinha passado a vista numa série de crônicas - ele escreve no Estadão (indisponível) e no Terra (aqui ó: http://terramagazine.terra.com.br/ultimas/0,,EI6619-SUM,00.html)
O papo foi rápido, mas bem bom. Simpático e disposto, me tratou superbem e ainda adiantou sobre o lançamento do novo trabalho (já está nas livrarias com o nome de "A cidade ilhada").
Foi um incentivo a mais para ler o livro, que indico para qualquer pessoa. Até àquelas que torcem o nariz para escritores brasileiros e para autores 'não-clássicos'. É memorável e inspirador.
Pretendo ler os outros trabalhos de Milton e num próximo encontro terei mais assunto. Aliás, os e-mails que trocamos depois da conversa no aeroporto tiveram o singelo título de "Encontros e desencontros". Tudo a ver com o tema de Dois Irmãos...